Cena comum em festas alternativas e com público de mais de 20 anos, a “pegação” entre meninas virou “mania” em balada adolescente. Para aqueles que condenam o comportamento justificando que é apenas um modismo, uma forma de chamar a atenção dos meninos, elas contra-atacam. “Fico com meninas porque gosto. E é por diversão mesmo, nunca confundi as coisas”, diz uma estudante de Novo Hamburgo, do alto dos seus 18 anos.
[Duas entrevistadas, Bruna e Camila] estão acostumadas a ver meninas aos “amassos” em festas e confirmam que, entre as mais novas, é coisa que rola do meio do ano pra cá. Bruna tenta explicar o comportamento como uma consequência dos grupos conhecidos como emo. Independentemente de aceitarem o rótulo ou não, há grupos de adolescentes que compartilham os mesmos gostos musicais (digamos... um rock mais meloso) e roupas e maquiagens (normalmente escuras, apesar de alguns acessórios coloridos). São esses que a gurizada insiste em chamar de emo e que carregam outra característica comum: são muito carinhosos uns com os outros.
A hipótese de Bruna é compartilhada por outros adolescentes e vai ao encontro com uma das explicações da psicóloga Márcia para o fato de casais de meninas/mulheres serem mais facilmente aceitos pela sociedade em geral do que casais de meninos/homens. Para Márcia, as meninas, desde pequenas, estão acostumadas a manifestações públicas de afeto. “Para mostrar como são ‘o oposto’, o tratamento entre os meninos é diferente, mais violento. Logo, nos choca menos ver meninas se acariciando”, explica Márcia.
Psicóloga de questões da família, uma das preocupações de Márcia é o desenvolvimento precoce da sexualidade. Quanto mais cedo o adolescente inicia essas experiências, mais vulnerável a frustrações está. Para a psiquiatra infantil e professora da PUCRS Gibsi Rocha, se uma menina experimenta ficar com outra apenas para repetir um comportamento e ser aceita no seu grupo (atitude muito comum nessa fase), corre mais riscos de se confundir. “A menina pode sentir um prazer momentâneo e acabar pensando que é gay, o que pode não ser verdade”, observa Gibsi. (...)
Tudo o que se pode dizer até agora é baseado nas impressões da galera. Para eles, cenas quentes entre meninas já são mais comuns hoje e não chocam tanto. Segundo a maioria dos entrevistados..., os beijos entre garotas não são encarados como um tabu da sua geração, mas sim um sinal de que vem aí adultos mais cabeça aberta. (...)
(Kzuca)
Nota: Com a ajuda da mídia, a repetição de certos comportamentos tidos como próprios de pessoas de “mente aberta” acaba tornando-os aceitáveis. Só o futuro poderá revelar os desajustes psicológicos que essas meninas sofrerão. Mas uma coisa é interessante se analisar: esses tais emos parecem pessoas carentes de afeto, o que pode ser indício da ausência afetiva dos pais, tão comum nestes dias de corre-corre pelo que é importante (nem sempre) em detrimento do que é essencial – Deus e a família. Mais preocupante ainda: a onda emo já está chegando a algumas igrejas e os pais parecem alheios ao fenômeno, portanto incapazes de prestar auxílio e dar orientações. Tempos difíceis...[DB]
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário