segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Slow Living: para uma vida mais calma

Estamos vivendo os tempos da ditadura da FELICIDADE, em letras maiúsculas. Ser feliz virou uma obrigação e, teoricamente, estaria ao alcance de todos. Basta querer muito, fazer muito, se preocupar muito, se inquietar muito, correr muito, comprar muito. Na contramão dessa cultura, há quem busque um estilo de viver de maneira mais calma, com consciência e cuidado, um jeito de morar de forma sustentável, com respeito aos tempos internos, atenção na hora de consumir, leveza nos relacionamentos e responsabilidade ao usar os recursos naturais do planeta.

É o chamado Slow Living, um movimento desencadeado na carona do movimento Slow Food – resposta ao jeito desatento de engolir fast-food. A prática do Slow Living procura não só o caminho de tranquilidade, o tempo de descanso, tempo para o trabalho e para a família, mas também como ter tempo para nós mesmos. É para quem acredita em um estilo de viver mais humano, priorizando a qualidade dos momentos. Vale salientar, portanto, que essa forma de vida significa também estar pronto e produtivo quando necessário. Planejamento, organização e atitude ajudam bastante na materialização dessa proposta. [...]

(Clic RBS)

Nota: O nome pode ser novo, mas o conceito da sábia administração da vida, com períodos de trabalho seguidos de descanso (o sábado) é bem antigo e está na Bíblia. É só lê-la e colocar em prática.[DB]

Jovens vegetarianos precisam ficar de olho no que colocam no prato

[Clique na imagem ao lado para vê-la ampliada.] “Meus pais comem muita carne. Minha mãe comprava galinha e matava em casa. Aquilo mexia comigo. Um dia, fui visitar familiares no Nordeste e eles mataram um porco a marretadas! Como tinham coragem de marretar a cabeça de um bicho que era quase de estimação? Ali eu parei.” Foi assim que Rodolfo Duarte, 23, gerente de restaurante em São Paulo, riscou as carnes do seu cardápio. Mesmo sem presenciar um abate, a estudante Laura Viana, 17, chegou à mesma conclusão. “Comecei a achar que, com tantas opções de alimentos, não era necessário criar animais com o único objetivo de comê-los.” Enfrentando os preconceitos que ainda existem contra vegetarianos (seriam hippies tardios, fracotes) e a pressão dos pais (meu filho vai ficar anêmico?), um grupo crescente de jovens tem optado por não comer animais, movidos mais por questões éticas e ambientais do que de saúde.

Pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing no final de 2010 contabilizou 4% de vegetarianos entre jovens de São Paulo e Rio, das classes A, B e C. Nos EUA, um em cada cinco universitários já aboliu a carne.

Segundo Johathan Safran Foer, autor de Comer Animais, “virou um fenômeno político. Quando eles se tornarem jornalistas e políticos, o ponto de vista sobre a questão da carne vai mudar completamente”, diz.

É nas redes sociais, em eventos como a Verdurada (festival de música com comidinhas sem carne), ou na base da curiosidade que os novos vegetarianos se viram. A estudante Ana Carvalho, 15, parou de comer carne há três anos e começou a se encher de pão e doces. No fim de 2009, estava anêmica. Foi um drama. A mãe queria porque queria que ela parasse com aquela história. E Ana concordou em voltar aos bifes. “Só por seis meses.” Assim que o sangue voltou ao normal, ela - de novo - aboliu a carne. “Agora, sigo a dieta indicada por uma médica, com soja, beterraba, cenoura e verduras. Estou ótima”, diz.

Segundo o nutrólogo e hebiatra Mauro Fisberg, docente da Universidade Federal de São Paulo, “aprender com os amigos não basta; é importante procurar a ajuda de um médico ou nutricionista para uma dieta equilibrada”.

“Quando parei de comer carne, parecia que eu é que era a aberração”, diz Thiago Vasconcelos, 18. Nem a mãe dispunha-se a cozinhar para ele. “Eu já sabia cozinhar de forma péssima. Aí, tive de melhorar para ruim.”

Muitos vegetarianos são obrigados a aprender a cozinhar, já que ainda há poucas opções nos restaurantes. Mas conforme tornam-se mais importantes na demografia, grandes indústrias passam a cobiçar o novo mercado. A Perdigão, por exemplo, já oferece produtos como salsicha e hambúrguer de soja. Outras empresas vêm com quibes e linguiças vegetais, bife de glúten e até os inacreditáveis glutadela (mortadela de glúten) e tofupiry (requeijão de tofu).

Já que essa geração de vegetarianos tem mais problemas com os maus-tratos da indústria do abate e seu ônus para o planeta do que com o gosto da carne em si, dá-lhe imitação. “Adoro os industrializados”, diz Iran Pereira, 21, da banda Still Strong. É um vegetarianismo muito além das abobrinhas.

(Folha.com)
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