domingo, 22 de novembro de 2009
Estresse no início da vida modifica comportamento
Um estudo alemão recentemente publicado na revista científica Nature Neuroscience indica que o estresse nos primeiros anos de vida pode ter um impacto significativo nos genes, podendo resultar em problemas de comportamento. A partir de testes com ratos, os cientistas descreveram que os pequenos estressados produzem hormônios que modificam os genes, o que afetaria o comportamento ao longo da vida. No estudo, os pesquisadores separaram os filhotes das mães três horas por dia durante dez dias. "Foi um estresse muito leve, e os animais não foram afetados em nível nutricional, mas eles se sentiram abandonados", explicaram os autores. E eles notaram que aqueles que haviam se sentido dessa forma no início da vida eram menos capazes de lidar com situações estressantes ao longo da vida, além de apresentarem pior memória.
De acordo com os autores da pesquisa, esses efeitos são causados por "mudanças epigenéticas", em que a experiência estressante muda o DNA de alguns genes. E esse processo ocorreria em dois momentos: quando os filhotes são estressados, produzem altos níveis de hormônios do estresse; e esses hormônios "ajustam" o DNA de um gene que codifica um hormônio específico do estresse chamado vasopressina. "Isso deixa uma marca permanente no gene da vasopressina", explicou o cientista Christopher Murgatroyd, destacando que "esse gene é programado para produzir altos níveis desse hormônio ao longo da vida".
Na pesquisa, os cientistas mostram que esse processo envolvendo a vasopressina está por trás de problemas de comportamento e de memória. Quando eles deram, aos ratos adultos, drogas que bloqueavam os efeitos do hormônio, o comportamento dos roedores voltou ao normal.
Os autores acreditam que os resultados dos testes com ratos possam ser replicados em humanos, e eles já estão investigando como o trauma na infância pode levar a problemas como depressão. "Há forte evidência de que adversidades como abuso e negligência durante a infância contribui para o desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como a depressão", destacaram. "Isso ressalta a importância do estudo de mecanismos epigenéticos nos distúrbios relacionados ao estresse."
(BBC News, 8 de novembro de 2009)
Nota: Embora dizer isso seja como "chover no molhado", essa pesquisa reforça a necessidade de que o lar seja um ambiente de paz e manifestação de amor, a fim de que a criança tenha um ambiente favorável ao seu desenvolvimento.[DB]
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Bom, o que se dirá de um recém-nascido que nada conhece a não ser os barulhinhos de sua mãe, nascer repentinamente, ser aspirado, mexido e remexido e ficar suas 3 primeiras horas de vida fora do seu ambiente conhecido longe de sua mãe por questões de rotina hospitalar? Eu não entendo!
ResponderExcluirTambém queria entender, com sinceridade, porque os médicos adventistas fazem 98% de cesáreas! Não se crê na perfeição da criação divina na mulher que pode dar a luz por vias naturais??? Eles se quer tentam motivar as mulheres! E olha que eu ouvi de um dizer que o que a OMS diz a respeito da preferência por parto normal é meramente financeira (é caro uma cesária para o governo). Este dado é real do hospital Adventista de São Paulo.
Entendo este post como um alerta e acredito que o alerta deve ser mais abrangente... Incluir o nascimento, incluir os primeiros anos de vida da criança... Vejo pouca coisas do gênero na igreja adventista e realmente acho que deveríamos falar mais disto na e para as famílias.
Abraços